O pinhão é a semente da araucária, espécie da Mata Atlântica que ocupa
hoje menos de 3% de sua cobertura original, e uma parceria das fundações Grupo
Boticário de Proteção a Natureza e Centros de Referencia em Tecnologias
Inovadoras ( Certi) desenvolveu uma forma inovadora de protegê-la: uma cerveja
feita a partir dos pinhões produzidos segundo padrões sustentáveis. A bebida é
fabricada somente quando a extração do pinhão é autorizada. Pelas normas, os
produtores devem reduzir o impacto de atividades prejudiciais à regeneração da
floresta. Para 2015, a cervejaria Insana, responsável pela produção, envasou 45
mil garrafas, destinadas sobretudo aos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Região Sul.
Pedro
Reis, gestor da cervejaria Insana, conta que a ideia de usar a semente da
araucária na produção da bebida surgiu por uma questão de “bairrismo”.
“Queríamos fazer uma homenagem ao estado. O pinhão não é muito conhecido fora
dos estados do Sul, quem dirá no exterior”, diz. A chamada pinole nacional
também é pouco industrializada – na maior parte das vezes, o consumo é in natura, sem processamento ou associação com outros
produtos.
“Como é
uma fonte boa de amido, decidimos tentar”, conta Reis. Ele afirma que o
processo para o desenvolvimento do produto levou cinco anos e foi “divertido”,
cheio de tentativas. Como o pinhão tem “pouco sabor”, surgiu a dificuldade para
chegar num traço que lembrasse o gosto. Depois de muitos testes, a cervejaria
chegou na proporção adequada de pinhão, malte, lúpulo, água e levedura, que são
cozidos juntos.